domingo, 31 de julho de 2011

Incômodos


Náusea do mundo... Não deve ser normal essa sensação de disforme, de não cabimento confortável, de não pertencimento, de sobra, de resto, de nada... Eu me sinto muito assim às vezes, bem descabido, escavado, esburacado, varrido, devassado. Parece que eu me vejo de fora, percebendo-me ninguém, fraco, sem sangue nem tripas, sem cor nem calor. Por isso que não deve ser normal... Só por isso. Porque é sempre tudo estranhíssimo.
Hoje eu acordei com saudade, pra variar. De mim, de escolhas que não fiz, em tempos que não existiram. O mundo dá mesmo tantas voltas que faz a gente tonto, querendo descer rápido pra pegar algodão-doce e esquecer o perigo e acalmar o peito arfante e sair de uma vez por todas da vista dos que te olham com olhos de análise e esquecer e lembrar e dormir e acordar no dia seguinte sem dores, sem trauma, sem silêncios devastadores – ou com eles, desde que reconstrutores.
Eu cansei de tentar entender tudo. Mesmo me concentrando no pouco, ainda assim não entendo. Despercebidos passam os entendimentos, lá se vai a compreensão das coisas, longe corre o rio do saber o porquê. E sigo esperando. Alguém me convença de que a vida não é um eterno esperar sem querer e um querer eterno de esperança.
Quero só que as coisas fiquem mais amenas. Espero impaciente que a poeira baixe. Porque viver em estado normal já dói o bastante – o que dizer então quando se vive com esse enorme vazio cheio...

sábado, 23 de abril de 2011

Certezas (???)


Eu não estou mentindo. Há muito tempo estou tentando me sentar na frente do computador para escrever aqui. Abril já entrando em sua reta final, meu último post em dezembro, eu querendo falar sobre tanta coisa... Isso me deprime um pouco – mas também não precisamos exagerar. Muita coisa tem acontecido e isso com certeza justifica o “retiro”. Escrever aqui é bom, mas se virar obrigação fica, no mínimo, estranho. Então, vou tentar deixar fluir mais. E talvez seja este um bom momento.
E neste momento uma vontade enorme de repensar me preenche. E isso não acontece sem um tanto de estranhamento. E quando a gente começa a se estranhar, tudo fica mais complexo. De repente, não se vê sentido em algumas coisas e passa-se a se questionar sobre decisões, posturas, atitudes... Acho que isso aconteceu agora com uma intensidade maior do que antes, tangenciando algumas coisas que estavam de certa forma postas em minha vida, resvalando em situações e contribuindo para modificá-las, defini-las. Repensar é bom, mas sempre dói. Dói porque mudanças doem, mexem com algo bem dentro de nós. Certeza absoluta de tudo nunca foi o meu forte, mas há momentos em que se tem uma consciência mais forte de como as coisas têm de ser. E acho que as decisões nascem bem nesses momentos. Elas podem ser boas, ruins, neutras... Impossível prever o resultado de uma decisão, mas são elas que determinam certos rumos que, de repente, redefinem nossa vida.
Eu tenho muita saudade de um tempo em que não me consumia com certos pensamentos. Mas esse tempo foi há muito tempo. Talvez tenha acabado quando me vi adolescente, já definindo coisas em mim, decidindo o que faria de mim mesmo. Sinto falta da falta de responsabilidades e obrigações (principalmente para com os outros). Mas lamentar isso é inútil. Só serve para me fazer me consumir ainda mais com pensamentos inúteis.
Úteis ou inúteis eles estão presentes. E me consomem. Os pensamentos... Os repensamentos... Tudo assim um tanto desconexo, mas que me faz, ainda assim, ter certas certezas. Eu estava morrendo de saudade de me permitir repensar. Sem culpa.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A tempo de falar de 2010...

...venho correndo, esbaforido, com preguiça, calor e ansiedade, mas venho. Sempre bom fazer balanços, refletir sobre o que passou, reclamar da vida, proclamar saudosismos, lamentar e -- graças ao poder humano de falar sobre passado e futuro -- tentar ver o que virá e torcer para que tudo caminhe bem.
Momento de reconhecer (ou agradecer) o que passou. Tudo foi bom, bem ou mal... Como sempre. Pode ser que as coisas não tenham vindo exatamente como gostaríamos, mas vieram e tivemos de fazer algo com elas. E fizemos. Ou elas fizeram por si mesmas. É sempre assim.
Acabou. De repente, foi-se mais um ano. E o que fica? Ah, o que permanece é o desejo de mudança, de evolução. Ainda bem. Em meio às conquistas e perdas, seguimos.
E antes que eu comece a fazer concorrência com Mr. Coelho ou com o Dr. Cury, paro por aqui. E desejo com toda a sinceridade um feliz novo ano a todos. E que ninguém tenha medo de fazer o que tem de ser feito.

sábado, 31 de julho de 2010

Quase dois meses...



Dois meses quase... Este é o último dia de julho, horas finais de um mês tão repleto de coisas, mês em que faço aniversário, inclusive... Eu, sempre que me volto aqui para este espaço, me culpo por não ter passado mais vezes, escrito mais coisas, falado mais – ainda que só besteiras. Eu gosto de escrever porque alivia e explica coisas que, do contrário, ficariam obscuras com essa insistência em viver sem pensar encadeando acontecimentos, sóis e noites, dia após dia. E os dois meses passados só servem pra reforçar isso: a roda da vida segue e nos engole e é necessário parar de vez em quando para olhar como andam as coisas em volta.
Há quase dois meses chegava ao fim uma das minhas maiores experiências. Minha planejada e, dentro do possível, bem executada viagem a Londres. Ultimamente tenho sonhado até mais intensamente com tudo o que vivi. Algumas cenas voltam inteiras, vívidas e me fazem pensar em como tudo foi muito bom. Que saudade!
Saudade daquele sábado de sol intenso e de céu exageradamente azul em que pela primeira vez pude sair de bermuda e chinelo. Saudade do momento em que, neste mesmo dia, deitei e cochilei no gramado de um parque repleto de gente feliz demais por mais aquele dia de sol forte. Saudade dos cafés da manhã com duas torradas com manteiga e geleia de morango e nescafé com leite. Saudades da Michèle, minha housemate suíça falando pelos cotovelos logo de manhã. Saudade da família que me acolheu e que orientou em tantas coisas. Saudade da timidez da Gaynor nos primeiros dias quando falava comigo e ficava preocupada em se fazer entender sem me assustar. Saudades imensas da escola, das pessoas – mesmo das irritantes – saudades dos colegas, professores e companheiros/amigos de lanches na cantina gordurenta da escola e das buscas por um lugar legal para almoçar. Saudade do friozinho, do metrô de manhã repleto de gente bem vestida e mega maquiada e vinda de várias partes do mundo. Saudade da raposa que atravessou correndo o meu caminho perto de casa quando eu ia para mais um dia de aula. Saudade imensa dos parques, das gentes, dos ares, dos monumentos. Saudade dos ônibus vermelhos de dois andares, da profusão de Starbuck’s e das ruas do Soho nas tardes de maio. Saudade do Tesco, do Sainsbury’s, da Oxford Street e da Primark – onde as calças jeans custavam 8 libras. Saudade daquele mundo todo que se abriu para mim durante um mês.
Que sorte tive de poder ter experimentado tudo isso. Que sorte maior ainda tive por ter podido conhecer Paris, de quebra, no fim da “expedição”. Que lindo por ter tido a doce, alegre, intensa e maravilhosa companhia de minha amiga Andréia na cidade-luz. Sem ela, sem essa pessoinha do meu mundo, tudo teria sido cinza. Que pena que subi na torre com neblina, mas que bom que quando estava lá em cima o sol resolveu ficar mais forte e me permitir ver até bem longe como é linda aquela cidade. Que bom que comprei réplicas da torre a um preço realmente barato (10 por 2 euros), que maravilhoso poder beber vinho em uma autêntica casa de vinhos francesa, na companhia de pessoas tão legais. Que prazer ver o Louvre, a Champs Elysée, o Arco, os parques, andar no metrô que tem pneus em vez de rodas de aço, almoçar num típico bistrot e experimentar a maravilhosa comida daquele lugar cheio de memórias e sonhos.
Saudade boa, saudade feliz. Saudade de algo que te pertenceu por um tempo e que te faz repensar tanta coisa. O mundo é grande demais E era tudo isso que eu precisava registrar aqui, nestas últimas horas de julho. Tem mais, muito mais. Isso aqui é só para se ter uma ideia de como fica minha cabeça quando todas essas cenas voltam a povoar meus pensamentos. Agradeço todos os dias por ter memória e por poder cultivá-la. E que venham as novas viagens, as novas experiências, os novos mundos, as descobertas – ainda que não se vá muito longe, ainda que aconteça dentro de mim mesmo.

sábado, 5 de junho de 2010

Relato final... Bom, mas (quem sabe?) ano que vem tem mais...


E o tempo ficou curto demais... O tempo sempre é pouco. Não consegui escrever mais nada desde minha última postagem. E tanta coisa aconteceu... Nossa. Realmente, muita coisa.
Agora já escrevo do Brasil. Sim, finished trip. Com altas doses de emoção, longas horas de voo, grandes amigos, muitas histórias.
Bom, mas esse post é pra falar das impressões finais de Londres. É uma cidade que vale muito a pena, sem dúvida. Estar lá e vivenciar um pouco do que é Londres foi um grande presente. Um mês parecia tanto pra mim no começo, no fim um mês era quase nada. Enfim, mas vivi o suficiente pra ficar extremamente satifeito com a experiência. Achei que seria muito mais difícil gostar da cidade. A frieza e a escuridão que comumente são associadas a Londres pra mim não se mostraram. Eu adorei cada lugar, cada momento, cada pessoa que conheci lá. E já tenho saudade.
Se me perguntarem que cidade da Europa vale a pena visitar, vou dizer que é Londres. Não, ainda não tive a oportunidade de conhecer todas as capitais europeias, mas pelo que vi em Londres, digo que você precisa visitá-la ao menos uma vez em sua vida. Acho que pela diversidade, pela mistura, pelo jeito meio sem graça de ser cidade cosmopolita e, ao mesmo tempo, tradicional, fechada, fria. Tudo ali tem um ar de novo e velho misturados, mas com um toque de originalidade. Eles (os ingleses) estão tentando ser mais abertos, mais simpáticos, mais calorosos. E têm conseguido. Não conheci tantos ingleses quanto gostaria, mas a família com a qual fiquei hospedado e meus professores na escola me deixaram ter uma boa dose do espírito britânico: caladões, educados, formais, interessados, cuidadosos e com um humor na medida certa. Com um pouquinho de cerveja ou vinho, viram pessoas despachadíssimas, rsrs. Enfim, óbvio que isso é muito subjetivo... Quem sou eu pra definir o que são os ingleses, os londrinos ou quem quer que seja?
Mas como eu ia dizendo, Londres vale a pena. Por todas as coisas iguais e diferentes que tem com relação ao Brasil. Pelo mundo de gente que acolhe, pelas inúmeras línguas que fala, pela quantidade enorme de culturas que assimila, pelo enorme respeito para com suas origens, para com sua própria cultura.
Em 2012 tem Olimpíadas lá. A cidade está em obras! Pra todos os lados há reformas, ajustes, construções. Eles vão fazer bonito, acho. A cidade é ótima e bem estruturada. Tem parques e espaços verdes maravilhosos, tem um sistema de transporte eficiente, tem um patrimônio arquitetônico impressionate, tem museus e espaços de arte maravilhosos (sim, sei às vezes que isso foi conseguido às custas da opressão e da pobreza de outros países... Mas isso não vem ao caso, não agora).
Eu gostei demais. Me arrependo agora de não ter comprado uma camiseta "I love London", rsrs.

Bom, e no fim, conheci Paris. Por poucos dias, mas deu pra ter uma ideia. Cidade linda. Linda, linda. Me lembrou muito Londres na arquitetura (em algumas partes, claro), mas tem um ar diferente. Tem um, sei lá, um jeitão meio blasé de ser, rsrs. Cá entre nós, prefiro Londres. Mas Paris também vale muito a pena. Ah, se vale. Ambas. Both. E é isso...

Mas nem tudo são flores, rs. Agora tudo é muito engraçado, mas passei o maior perrengue no meu último dia em Londres. Perdi meu passaporte! Imagine só você, estrangeiro, perdendo seu passaporte. Inimaginável? Pois aconteceu comigo. MAs no fim tudo deu certo, São Longuinho me ajudou e meu passaporte voltou pra minhas mãos e pude ir pra Paris... Não sem amargar um prejuizozinho com essa história toda. Mas, vamos lá. Sem emoção, não tem graça.

Enfim, enfim... Vamos pra próxima! Viajar é bom demais, sô.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Continuando... novas visões deste lado de cá


Nossa, esquentou aqui, uau... Impressionantes 20 graus Celsius, rsrs. E os dias tem passado tão rápido. Tenho só mais esta semana e a proxima em Londres. To correndo pra ver tudo... Mas em alguns lugares até tenho repetido as visitas, porque são realmente bons. As margens do Tamisa, por exemplo... Tem sempre algo novo pra ver lá. É incrivel como um rio pode parecer carregar tanto tempo de historia em suas águas. E os londrinos tem muito orgulho e cuidam muito bem dele. Por que a gente não é um pouco mais assim? Sinceramente, o Brasil é realmente um pais lindo, com coisas lindas e uma grande historia (estando fora a gente percebe isso melhor, acho); por que nao aprendemos a respeitar melhor as coisas a nossa volta? Enfim, esse papo pode ficar pra depois...
Falando um pouco mal deles agora... Eles parecem nao ligar muito pra higiene em alguns aspectos, eu acho. Muito comum voce ir a um restaurante ou lanchonete aqui e os atendentes pegarem a comida com as mãos, na maior, rs. Touca na cabeça nem pensar, hehe. E a comida dos restaurantes, nossa... As vezes parece que eles usam litros e litros de oleo. Ah, e Pizza Hut no Brasil é melhor (a pizza de São Paulo em geral é melhor). O Burguer King aqui não é tão bom também. E o McFlurry brasileiro é bem mais saboroso! Enfim, to falando muito de fast food porque quase sempre é a maneira mais facil de comer na rua. Enfim, nao dá pra entender... Deve ser cultural isso, como disse um amigo daqui ontem. Mas a comida da casa onde estou, por exemplo, costuma ser bem gostosa.
Enfim, mesmo assim, continuo tendo visões lindas da cidade, e de outras cidades também. Subi finalmente no London Eye, a roda gigante famosa, ao lado do rio Tamisa. Lindo! E no fim de semana que passou fui pra Liverpool, a terra dos Beatles. Fica a duas horas de trem de Londres e é uma cidade muito interessante. Menor, com menos coisas pra ver, mas ainda assim bem legal. A paisagem no caminho pra lá me impressionou bastante. Campos verdes e amarelos, muita ovelha e arvores diferentes. E lá na cidade, muita coisa relacionada aos Beatles, que ajudaram a projetar Liverpool mundialmente. No domingo, fui ao Hyde Park. Gigantesco e muito bonito. Eles realmente gostam de parques aqui... tem vários.
Acontece de tudo um pouco, todo dia. Eu vou tentando ler e traduzir um pouco desse tudo que vejo. Mas, como eu venho dizendo, conhecer Londres tem sido uma experiencia impressionante. Porém cada vez mais tenho consciencia de que gosto MESMO da minha terra, da minha gente. Nao dá pra explicar... Sigo observando...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Algumas coisas a mais sobre London...


Londres...
Eles também tem problemas aqui, como toda cidade grande. Hoje alguém caiu ou se jogou na Central Line do metro. E tudo parou, os trens atrasaram... Enfim, tudo fica muito complicado aqui as vezes. Mas por outro lado algumas coisas parecem incrivelmente fáceis aqui. Comprar celular, computador, roupa, carro... Tudo parece bem mais acessivel. Se eu ganhasse em libras seria tudo bem fácil. Eles parecem ter uma vida relativamente tranquila, apesar de tudo. No fim das contas, parece que tudo funciona melhor.
Faz frio na primavera! Pra brasileiros faz frio... Mas pra eles é incrivel como parece um tempo bastante agradável. Vira e mexe você ve londrinos correndo, caminhando, passeando, pegando metro com camiseta, short, sainha... O grupo de amigos brasileiros que fiz aqui fica assustado. Imaginem usar regata com 8 graus em São Paulo?
A cidade é grande, as pessoas são diversas. Tem gente do mundo inteiro! Em uma caminhada de 10 minutos você ouve no minimo 3 línguas diferentes. E o inglês nem sempre é uma delas, infelizmente pra mim. O acento deles tambem as vezes parece tao dificil de pegar... No comeco, no metro era quase impossivel entender o que eles diziam nos alto falantes... Ao menos o famoso “mind the gap” a gente entendia bem... Mas o resto... Agora tudo parece mais simples. Da pra entender boa parte das orientacoes, das conversas das pessoas. Mas como pareceu impossivel compreender nos meus primeiros dias aqui. Na casa onde estou hospedado, por exemplo, a compreensao ficou bem mais facil! Os jantares tem sido otimos! A comida é boa (sempre tem batata e alguma salada), mas é saborosa e diversificada. E as conversas são muito boas. La não posso falar em português nem que eu quisesse... ninguém entenderia. E isso é muito bom pra mim.
Conheci parques lindos esses dias, vi lugares incriveis. Eles cuidam muito bem da cidade, sempre muito limpa e agradável de se andar. Gasto horas caminhando as vezes. O metro lota em alguns momentos do dia e é sempre bom dar um tempo andando, conhecendo lugares novos. E é incrivel como é seguro aqui... Enfim, ao menos nas areas centrais não se ouve falar de problemas como assalto, violencia etc.
Ainda assim, apesar de tudo isso, já bateu uma saudadezinha do Brasil. Do jeito paulistano de viver. Da minha vida. Enfim, mas estou de férias e conhecendo um mundo diferente em muitos aspectos (identico em outros), e quero aproveitar ao maximo! Enjoying!!!

sábado, 8 de maio de 2010

Jornada Londres - Parte I


Hi!

Finalmente, posso escrever um pouco sobre como foi e como está sendo tudo por aqui... Eu ainda estava me organizando, me situando, olhando com mais atenção. Sem contar que tem sido complicado usar computador e internet por aqui. Um laptop faz muita falta!

Bom, mas não posso reclamar de nada!!! Tudo tem sido muito proveitoso. é diferente e igual ao mesmo tempo, sei lá...

A viagem começou bem. Tava cheio de medo, com muita ansiedade, mas no Brasil deu tudo certo. A Re, a Maira e o Thiago me acompanharam e viram como eu estava nervoso. Enfim, mas acho que é normal. O voo foi excelente – um pouco apertado (classe econômica!!), as aeromoças eram um pouco velhas... Todas holandesas e falando com um sotaque bem norte-europeu. Nada demais no percurso São Paulo–Amsterdã. Após mais ou menos 12 horas de voo, lá estava eu em Schiphol, o gigantesco aeroporto de Amsterdã, Holanda. Estava muuuito frio! (fora do aeroporto, porque dentro estava super quentinho). Tempo fechado, chuvoso. Fiquei com medo que Londres estivesse assim também... Nas free-shops de Shiphol, muita coisa legal. Até chaveiro com desenho de maconha!!!

O aviao para Londres partiu por volta de 14 horas (hora local). Nessa altura, eu já estava mega confuso com o fuso o horario. Londres está 4 horas a frente do Brasil, mas uma hora atrasada com relação a Amsterda. Imaginem como estava minha cabeça então... E como é impressionantemente perto! Acho que em 40 minutos estavamos sobrevoando a Inglaterra! Muito legal ver de cima aquelas casinhas tao diferentes.

Desembarquei no City Airport (dentro de Londres!) e fui passar pela primeira grande barreira. O posto da policia era logo ali... Tremi, né? Nossa, e como. Na minha frente, adivinhem o que tinha? Brasileiros!! Sim, logico, eles estão por toda parte. Preenchi um papel antes e fui chamado no balcão por uma funcionária (acho que ela era policial federal, não tenho certeza...). Ela foi gentil, mas séria o tempo todo. Fiquei uns 20 minutos lá respondendo perguntas e mostrando documentação. Mas deu tudo certo, no final. Ela me deu 6 meses de visto!, e eu precisava para apenas 1 mês, hehe. Ok, ok. Barreira vencida!

Saí do aeroporto e fui tentar me localizar pra pegar o trem que me levaria para a casa onde ficaria hospedado. Mas justo naquele dia alguns trens estavam foram de operação porque eles estão expandindo/aumentando a rede de metrô (ou Tube, como eles chamam por aqui). Fui de taxi, rs. Estava morrendo de medo e acabei indo de taxi... Paguei 35 libras! Depois me disseram que realmente não paguei caro. O motorista foi muito gentil e parecia de origem paquistanesa, ou algo assim. Alias, Londres tem gente de todo o mundo! Principalmente da India e do Oriente Medio.

Estranhando tudo e sem saber direito o que fazer ou dizer, fui apreciando a paisagem. Nossa, tudo muito diferente, mas bem parecido com o que eu havia imaginado. Londres é realmente linda, limpa e exala historia!

Cheguei finalmente `a casa: bem bacana, espacosa, num tipico bairro londrino, com casas parecidas, ruas arborizadas e quintais grandes. Jorge, o dono da casa, me recebeu muito bem, explicou algumas coisas e entao fui descansar... Ah, eu estava com a cabeca toda baguncada ainda por causa do fuso. Mais tarde, conheci Gaynor, a dona da casa. Ainda não entendo muito bem o que ela fala – o acento dela é bem ingles!!! ­ mas ela tem se mostrado cada vez mais simpatica. A comida na casa é otima e é tudo muito confortável. Jantamos todos juntos. Há outros tres hospedes la, estudantes como eu. Dois da Alemanha e uma garota da Suiça – que alias, estuda na mesma escola que eu, no centro de Londres.

Dia seguinte: breakfast e metro pra escola. Michele, a garota suica, foi comigo, me ensinando o caminho. A gente pega apenas um tube e desce bem perto da escola, uns 40 minutos depois. O metro e mega lotado de manha... Mas e impressionante como e diferente aqui. Ninguem fica se espremendo nem empurrando. As pessoas sempre esperam todos sair pra depois entrar e todos dao passagem pra voce sair sem ser importunado. Incrivel!

Chegando a escola, fiz o teste de nivel. Descobri mais alguns brasileiros enquanto fazia o teste (inclusive gente da USP, impressionante!). A Escola é realmente bem legal, um predio do seculo XVIII, com vários andares, com estudantes de todo o mundo.

Enfim, tem sido uma experiencia e tanto! Ja conheci o British Museum, o Natural History Museum, O Covent Garden, e agora, Greenwich, onde passa o meridiano. Bem legal!!

Vou escrever mais em breve. Desculpem a falta de acentos e cedilhas. Aqui nao é facil colocar, rsrs.

E vamos seguindo em frente...

domingo, 25 de abril de 2010

London calling



Escrever deveria ser uma terapia, mas tanto tempo ausente denuncia um certo descaso com o texto-desabafo. Enfim, eis-me aqui. Senti vontade de voltar e falar pro mundo o que anda acontecendo, o que está por vir e o que tem me movido. Tá, pode não interessar ao mundo, mas ao meu mundo interessa saber de mim, como estou, como vou e quem por enquanto sou. O mundo é bão, sebastião. O mundo é grande, grande. Pequeno, pequeno. Micro, macro, mezzo. Voilà! O que pega é que a cabeça da gente é uma vastidão, um sem fim nem começo.
Tenho tido bons e maus momentos, como todo mundo. Mas é isso, viver é apenas isso o tempo todo.
E é chegada a hora. Em uma semana embarco pra Londres! Viagem meio de sonhos, de medos e vontades. Desejo antigo de estar em outro canto diferente deste aqui já aparentemente conhecido. Eu não tenho medido o tamanho disso, mas têm me dito que isso representa muito. Eu, entre frios estomacais e vislumbres ingênuos, arrumo malas, troco dinheiro - sempre insuficiente pras todas as nossas "necessidades" -, ouço conselhos, experimento e escolho as melhores vestes. É. Vai ser ótimo! Sim, sei que vai. Diferente de tudo o que experimentei, acho. Novo, totalmente novo. E o legal é que não há bem um porquê. Vou e pronto. Claro, arrumei desculpa pra justificar a ida, mas essa vontade imensa que sempre me moveu é o verdadeiro motivo. Vou e vou, vou por ir. Vou porque quero.
Viajar é bom demais.
Enquanto estiver por lá - vai ser um mês só -, tentarei escrever. Não prometo assiduidade, mas prometo total fidelidade na transcrição de todas as sensações que viver por lá. Vale como registro de aventura, como lembrança de uma experiência bacana. Vale como uma ajuda no processo de deglutição de tudo o que eu ver e experimentar.
Get ready!


"London calling to the faraway towns
Now that war is declared and battle come down
London calling to the underworld"
The Clash

domingo, 14 de fevereiro de 2010

When tomorrow comes


Parece simples, mas não é. Um certo alguém me disse que escrever aqui era rápido, algo fazível em meros 15 minutos. Por que não sentar, então, cronometrar e escrever? É porque não é bem assim, não. Mas não custa tentar. Em último caso, apelo pra prolixidade e teremos um texto novinho, novinho. Parco em ideias, quase fútil... ainda assim, novo!
Ouvindo Eurythmics ("When tomorrow comes"), sofrendo com o calor, vou tentando pôr algo aqui. Afinal é carnaval, afinal os foliões estão por aí, entupindo as ruas, orlas e becos. O Media Player lança A-ha no ar agora. Pois é, a trilha sonora não é carnavalesca. Nem nada aqui remete à ideia de que este é mais um feriado de carnaval. Enfim, não sinto falta. E a trilha sonora 80's é pra relembrar, é pra não esquecer, é pra estar mais próximo, é pra estimular ainda mais o pensamento que vagueia, é pra trazer pra perto um certo alguém. Flash Back na veia!
E vocês aí na avenida, não deixem o samba morrer... Porque tô alheio a ele e a vocês foliões neste momento apenas. Quando o amanhã chegar, talvez eu queira uma dose de cachaça e um bom batuque de bamba.
É, não saiu muita coisa. 15 minutos. Tempo esgotado!